sexta-feira, 30 de novembro de 2012

THRILLER COMPLETA 30 ANOS


Hoje faz 30 anos que o álbum Thriller foi lançado. Ele é o sexto álbum de estúdio de Michael Jackson. Thriller explora gêneros como o pop, soul, R&B, rock e o pós-disco. As sessões de gravação ocorreram entre abril e novembro de 1982, nos Estúdios Westlake, em Los Angeles, Califórnia, com um orçamento de US$ 750 mil, e o auxílio do produtor Quincy Jones. Michael compôs quatro das nove faixas de Thriller. Em pouco mais de um ano, o álbum se tornou, e continua a ser, o Álbum Mais Vendido e Bem Sucedido de Todos os Tempos, com vendas estimadas por diversas fontes entre 110 e 170 milhões de cópias mundialmente, figurando ainda como o Álbum Mais Vendido da História dos Estados Unidos. Sete das nove canções do álbum foram lançadas como singles, e todas chegaram às dez primeiras posições da Billboard Hot 100, parada de sucessos da revista americana Billboard. O álbum conquistou um recorde de sete prêmios Grammy em sua edição de 1984. O livro Guinness dos Recordes o lista como o mais vendido da história, adquirido por mais de 140 milhões de pessoas até 2006.

Thriller solidificou o status de Michael Jackson como o Maior Popstar de Todos os Tempos, e lhe permitir derrubar barreiras raciais através de suas aparições na MTV e encontros com o presidente americano Ronald Reagan, na Casa Branca. O álbum foi o primeiro a usar com sucesso o videoclipe como ferramenta promocional, os videoclipes de "Thriller", "Billie Jean" e "Beat It" eram exibidos constantemente na MTV, e foram considerados "extremamente inovadores" e "altamente a frente de seu tempo" para a época.

Em 2001 uma edição especial do álbum foi lançada, que contém entrevistas adicionais (em áudio), uma gravação demo de "Billie Jean", e as canções "Someone In The Dark" e "Carousel". Em 2008 o álbum foi relançado como Thriller 25, com remixagens nas quais participaram artistas contemporâneos, uma canção inédita e um DVD.

Thriller ficou na vigésima posição da lista dos "500 Melhores Álbuns de Todos os Tempos" feita pela revista Rolling Stone em 2003, e foi classificada pela National Association of Recording Merchandisers na terceira posição de sua lista de 200 Álbuns Definitivos de Todos os Tempos. O videoclipe de "Thriller" foi preservado pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos no seu Registro Nacional de Gravações, por ser considerado "culturalmente significativo". O álbum também foi incluído na lista dos 200 álbuns definitivos feita pelo Rock and Roll Hall of Fame.

Em outubro de 1982 foi lançado o primeiro single do álbum "The Girl Is Mine", uma parceria de Michael Jackson com Paul McCartney, que foi vista como uma má escolha e levou alguns a crer que o álbum seria uma decepção, e as especulações de que Michael estava se virando para o público branco. E então aconteceu "Billie Jean". Sombria e cadenciada, conforme padrões de produção de Quincy Jones, "Billie Jean" usava a mesma batida rítmica dos predadores em suas incursões de caça. Essa canção perturbadora foi escrita por Michael com base no tema de uma garota que o acusa de ser o pai de seu filho.

Ironicamente, Quincy não queria incluir aquela faixa em Thriller. Não a considerava forte o bastante para estar naquele repertório. Michael acreditava tanto na música que ele e Quincy tiveram várias discussões pesadas a respeito de seu mérito. Na realidade, a relação entre Michael e Quincy desandou rapidamente durante a gravação de Thriller, especialmente quando o maestro não quis incluir nos créditos o nome de Michael como coprodutor das faixas "Billie Jean" e "Beat It". As faixas demo que Michael tinha gravado das duas músicas, antes de Quincy começar a trabalhar nelas, tinham quase que exatamente o mesmo som que na edição final. Michael achava apenas uma questão de justiça que fosse citado como coprodutor, e que também recebesse os royalties devidos. Para a sua grande decepção, Quincy discordou.

Uma análise mais aprofundada de Thriller revelava um trabalho de construção ambiciosa, que se expandia em algumas direções. "The Girl Is Mine", uma canção suburbana calma e convencional, era a própria antítese da turbulenta e desordeira "Beat It", uma composição altamente energizada de Michael, na qual ele intensifica o estilo R&B acrescentando uma sonoridade Rock and Roll bem mais pesada. A faixa contava com a participação de Eddie Van Halen, da consagrada banda de rock Van Halen, solando na guitarra.

Por outro lado, se o funk "Wanna Be Startin' Somethin'" parece mais um primo distante das canções "Don't Stop 'Til You Get Enough" e "Working Day and Night" de Off The Wall", a semelhança existia porque Michael as havia composto no mesmo período. Em "Wanna Be Startin' Somethin'", recorrendo a um baixo agressivo e muita percussão, Michael revelava de maneira explícita como se sentia em relação a intrigas por bebês indesejados. A parte central da canção, um refrão que lembrava a língua suaíli, dava ao ponto alto da faixa um sabor nitidamente internacional. 

Havia outros destaques: a melancólica e introspectiva "Human Nature", escrita por Steve Porcarro e John Bettis, era uma expansiva pop-balada cuja incrível musicalidade a tornava imune ao risco de soar melosa. O funk "PYT" (abreviatura de "Pretty Young Thing"), escrito por James Ingram e Quincy Jones, e a ardente balada "The Lady In My Life", de Rod Temperton, eram ambas tentativas de deixar mais marcada a linha R&B de Thriller

A faixa-título, "Thriller", era seu próprio animal. A letra falava da imensa fascinação de Michael pelo sinistro e o sobrenatural. Na verdade Michael escreveu e compôs a canção "Starlight" em 1981 para que não apenas fosse incluída em seu próximo álbum solo, mas para que fosse sua faixa-título. Entretanto, o compositor Rod Temperton ao ouvir a faixa, refez a letra, mudando completamente a canção em termos líricos, mas mantendo o arranjo e a melodia composta por Michael. A canção então passou a se chamar "Thriller", e Michael gostou tanto da letra e da áurea de mistério em torno dela, que decidiu mudar completamente o conceito de seu próximo álbum de estúdio solo, que passou a se chamar Thriller. A letra incluía excitação e intriga, e terminava com um rap magistral de Vincent Prince, o mestre do macabro. 

Com Thriller, Michael e Quincy tinham conseguido produzir faixas muito bem engrenadas de pop, soul e funk, cujo brilho musical era capaz de agradar praticamente a todo mundo. Contudo, ninguém no mundo do show business esperava que o público reagisse tão maciça e literalmente à sedução daquele disco. Em algum momento, Thriller parou de ser visto como artigo de entretenimento, no mesmo nível de revistas, brinquedos, ingressos de cinema, e começou a ser vendido como artigo de uso doméstico. No seu auge, a CBS relatou que eram vendidas perto de 500 mil cópias do álbum por semana.

Perto do final de 1983, Thriller já tinha vendido o excepcional número de 13 milhões de cópias nos Estados Unidos, e quase 22 milhões no mundo todo. Até essa época, o disco de maior vendagem de todos os tempos tinha sido a trilha sonora original de Saturday Night Fever, cujas vendas mundiais alcançaram 25 milhões de cópias desde 1977, ano do seu lançamento. Em pouco tempo, Michael superaria essa marca.

No final, esse disco acabou registrando o inacreditável volume de 50 milhões de cópias vendidas em nível mundial. Por 37 semanas consecutivas, ocupou o primeiro posto das listas da Billboard, o que foi sensacional. Na Grã-Bretanha, também foi número um das paradas, onde permaneceu em destaque por uma incrível série de 168 semanas! 

Quanto mais Thriller era executado, e possivelmente foi o disco mais tocado de todos os tempos, tanto no rádio como no âmbito particular, melhor parecia que ficava. Michael e Quincy tinham atingido seu objetivo: para muitos ouvintes, brancos, negros, pseudointelectuais, fãs de heavy metal, jovens adolescentes, pais de família, Thriller era o disco perfeito; todas as faixas eram exemplos consumados da produção musical pop, em que cada arranjo e cada nota tinham sido colocados da maneira mais precisa. Esse feito tornou Michael mais que um herói; a indústria fonográfica promoveu-o a um patamar ainda mais elevado, que beirava a santificação. As vendas fenomenais de Michael, entretanto, junto com seu indiscutível talento, terminaram por estabelecer um novo padrão de excelência com Thriller.

Ouça o álbum Thriller:


Assista aos videoclipes:

BILLIE JEAN


BEAT IT


THRILLER

Nenhum comentário: